Trump mira no Brasil: tarifas de 50% atingem aço, alumínio e commodities

 Enquanto México e Colômbia resistem a pressões externas, parte da sociedade brasileira ainda aplaude punições vindas de fora.

Por Alisson Souza - 23/08/2025 | 11:47

(Foto: Jim WATSON/AFP)



Em 2025, Donald Trump decidiu mirar diretamente no Brasil. O republicano elevou a taxação do aço e do alumínio para 50% e atingiu também o setor primário brasileiro, impondo tarifas sobre commodities agrícolas e minerais — justamente a base de nossa economia e das exportações. Medidas que encarecem nossos produtos lá fora e fragilizam produtores aqui dentro.

O curioso é que, diferente de países como México e Colômbia, que mesmo sob pressão não se venderam e tampouco comemoraram ataques vindos de Washington, no Brasil ainda existe quem bata palmas. Esse “viralatismo” é exclusivo nosso: parte da sociedade aplaude punições externas como se fossem troféus.

E isso tem explicação histórica. O México conquistou sua independência em 1821 após uma década de luta popular. A Colômbia, com Simón Bolívar, venceu em 1819 na Batalha de Boyacá, fruto da mobilização do povo. Já o Brasil declarou independência em 1822 através de um acordo, favorecido pela fuga da corte portuguesa diante do avanço de Napoleão sobre Portugal.

Ou seja, nossa “não independência” ainda ecoa hoje: enquanto nossos vizinhos nasceram da luta, nós nascemos de um arranjo. Talvez seja por isso que, até hoje, só no Brasil ainda vemos quem comemore quando uma potência estrangeira ataca a base da nossa economia.